Sou o único de quatro filhos que optou por permanecer na cidade onde fui criado e vejo, cada vez mais, que pagarei um alto preço por esta decisão. Não que já me arrependa... Diversos elementos da minha vida não seriam possíveis se tivesse escolhido sair da cidade. No entanto, vejo que a cidade que já me foi símbolo de uma vida pacata, livre de violência, e amistosa espanta tantos jovens quanto uma partida de dominó o faria.
Em Barbacena, não exite padrão para nada. Não há um mínimo de continuidade ou de qualidade em qualquer ação do puder público. Parece que cada ação é decidida apenas no momento, por qualquer pessoa ligada à tendência política temporariamente dominante e sem qualquer padrão, estudo ou plano maior. A cidade é uma confusão obras mal feitas, que durarão pouco tempo, conduzidas em meio a processos obscuros.
E o pior é saber que este é o retrato da política da cidade. O barbacenense, em geral (e percebo isso dentro de uma escola pública) entende que política se faz assim mesmo: amando um partido como se fosse um time de futebol, sem raciocínio ou questionamento, por paixão. Que oposição é um rival a ser batido por todos os meios, lícitos ou não, e que, caso a mesma esteja no governo, este deve ter todas as suas ações naturalmente prejudicadas ou obstruídas para que aquele "time" não conquiste nada. Esquecem-se de que todos perdem nesta disputa.
É realmente difícil imaginar um futuro bom num lugar sem qualquer perspectiva de melhora. Não me considero um saudosista, mas o sentimento de que o apogeu desta cidade se foi há muito e que nos encontramos em uma decadência vertiginosa é inegável, e me assombra periodicamente.
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