Trabalho elaborado pela aluna Vitória Maria Gava Ferreira, da turma 2.14. Parabéns!
O OURO QUE A MÃE NATUREZA TENTOU ESCONDER
Introdução
Desde tempos imemoriais seres enormes habitaram a terra; eram eles os dinossauros, gigantes em tamanho e pequenos em ganância, viveram em nosso planeta por centenas de milhares de anos e não destruíram a natureza, já nós seres humanos, pequenos em tamanho, gigantes em ganância, habitamos a Terra apenas a alguns milhares de anos e já estamos destruindo-a.
A mãe natureza parecia prever isto ao criar a delimitação ao redor de suas jazidas. Montanhas, serras, matas e o próprio ouro de Vila Rica envolto de ferro, parecia um trabalho cauteloso do universo para esconder as riquezas do solo, trabalho este em vão, o ouro em seu lugar natural desvaneceu, porém nos sobrou a história, uma história marcada por desafios, experiências, mortes, banhada por sangue e coberta de emolumento. Aqui lhes apresentarei vestígios, da veracidade desta vidrante história.
A viagem
Pretendendo me adentrar nesta história, fui a Ouro Preto, uma cidade histórica bem preservada e de grande destaque na época do ciclo do ouro, antes de chegar ao destino, observava o ambiente geográfico que cercava a cidade, observei os relevos acidentados, os planaltos, e a mata, tentando me colocar no lugar dos Bandeirantes, imaginando as dificuldades que tiveram para desvendar a região.
(Fotos da geografia ao redor de Ouro Preto)
As igrejas
Ouro Preto tem cerca de 13 igrejas e 9 capelas, um fato curioso para uma cidade relativamente pequena, quando se anda pela cidade é quase sempre possível ver ao horizonte, uma ou mais igrejas. Perguntei a um guia turístico porque há tantas igrejas na cidade e ele me disse que um dos motivos era que uma certa "sociedade" ou família não podia ser enterrada no mesmo lugar de uma outra, era algo sagrado e de respeito ser inumado naquela época, tanto é que escravos e criminosos não costumavam ser enterrados. Mas o fato de ter várias igrejas não se deve somente a isso, as autoridades portuguesas proibiram ordens religiosas de se estabelecer nas regiões mineradoras, também para defender a região e mantê-la sempre sobre supervisão, sem outra alternativa a própria população começou a construir suas próprias igrejas, lembrando que a religiosidade católica era quase regra naquela época. As igrejas por sua data de construção, características barroca mineira, revelam a presença dos portugueses cada vez maior na região e é um enorme vestígio da corrida do ouro.
(Fotos do interior e do exterior da igreja São Francisco de Paula-Ouro Preto, MG)
(Vista panorâmica da cidade, note a presença das igrejas)
A origem do nome
Durante muito tempo Ouro Preto ficou conhecida como Vila Rica só em meados do século XVIII é que foi considerada cidade, seu nome se deu graças ao seu ouro que era coberto por uma camada de ferro, por isso denominou-se "Ouro Preto".
(Minério de ferro que era achado envolvendo o ouro da cidade, pedra de garimpeiros, Ouro Preto-MG)
O Museu da Inconfidência
O Museu da Inconfidência traz por si só uma coletânea de vestígios do ciclo do ouro, desde seus objetos renomados até suas paredes com quase um metro de largura.
(Exterior do Museu da inconfidência, Ouro Preto-MG)
Antes, era a Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e funcionava como penitenciária estadual depois começou a abrigar o Panteão dos Inconfidentes, era propício para tal, quase inacessível, paredes de um metro de largura, janelas pequenas com grades e portas robustas.
(Porta da solitária, Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)
(Interior do Museu da Inconfidência, observe a largura da parede, Ouro Preto-MG)
(uma das portas do Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)
O sofrimento
Uma das salas mais impactantes do Museu é a que conta parte da história dos escravos, que serviam de mão de obra nas minas, quase sempre em situações precárias, sendo mal alimentados, respirando o óleo de baleia que era queimado para se fazer luz, e trabalhando mais de dez horas por dia a expectativa de vida de um escravo minerador era de no máximo 7 anos trabalhando na mina, as crianças viviam menos e um escravo de 6 anos já estava apto para trabalhar, além disso, um escravo desobediente era submetido a uma série de torturas como a palmatória e o cinto de ferro.
(Instrumentos de tortura utilizados para punir os escravos no período do ciclo do Ouro, Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)
O ouro
Para arrecadar impostos, ter controle da circulação e impedir o tráfico de ouro a coroa Portuguesa instalou várias casas de fundição em Minas, estas eram encarregadas de pegar o ouro bruto ou em pó e quintá-lo, este procedimento consistia em derreter o ouro dando-lhe o formato desejado, que geralmente era em barra, recolher 20% daquele ouro que servia de imposto e era dado ao rei, e por fim "carimbá-lo" deixando a marca específica do ouro quintado.
(Imagem do ouro quintado)
(Balanças utilizadas para pesar o ouro,Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)
A inconfidência Mineira
Foi um movimento separatista defendido por grandes proprietários ou mineradores, padres e letrados entre outros, que lutavam contra o domínio português e a cobrança de grandes impostos incluindo a derrama.
Porém o movimento foi descoberto por Portugal que decidiu exilar vários inconfidentes e punir com morte Joaquim José da Silva Xavier mais conhecido como Tiradentes.
(Memorial em homenagem a Tiradentes, Museu da Inconfidência, Ouro Preto, MG)
(Monumento a Tiradentes, em homenagem ao primeiro centenário da execução de Tiradentes.Ouro Preto-MG, praça Tiradentes, centro.)
A riqueza
Em Ouro Preto é possível encontrar facilmente, pedras preciosas nas vitrines, jóias feitas por garimpeiros etc que foram encontradas por consequência ciclo do Ouro. Já no Museu da Inconfidência pode ser encontrado as Jóias da Imperatriz Teresa Cristina, todas feitas de ouro, e algumas possuem até seu retrato.
(Pedras que podem ser encontradas nas vitrines e lojas de Ouro Preto-MG)
(Bijuterias feitas por garimpeiros Ouro Preto-MG)
(Jóias da Imperatriz Teresa Cristina,Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)
QUAL A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR HISTÓRIA
Conclusão
Muitas pessoas não se interessam em se aprofundar no conteúdo de história, afirmam que não vêem importância, que tudo já se passou, entre outras coisas, afinal, pra quê estudar o ciclo do ouro? O que eu tenho haver com isto?
Estudar história além da possibilidade de conhecer outras culturas, outros pensamentos em tantas épocas diferentes ainda te proporciona o conhecimento de parte da sua história, do seu país, e etnia. A história nos causa várias reflexões, dá a chance de nos colocarmos no lugar dos personagens, nos ajuda a praticar empatia "Como aqueles escravos se sentiam?", "Será que a população era feliz na época absolutista? Sem direitos trabalhistas? "No que melhoramos e no que precisamos melhorar?", além de adquirirmos conhecimento o fator mais importante ao estudar história se resume a esta frase:
"Precisamos estudar história para aprendermos com os erros do passado, para que eles não sejam cometidos novamente e assim evoluirmos como nação."
Referências Bibliográficas
Sites
Livros
-O semeador de ideias, Augusto Cury.
-História do Brasil volume 1, Osvaldo R. de Souza.
-História de Minas Gerais, João Camilo de Oliveira Tôrres.
Aplicativo
Ouro Preto : Aceop
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