Caros alunos, este espaço permanente será destinado à reunião de materiais curriculares e extra curriculares. Acredito que aqui conseguirei disponibilizar recursos a mais para quem necessita de uma ajuda ou para quem deseja aprofundar seus conhecimentos em História.

Informe-se

Para aqueles que se preparam para concursos em geral, a dica é se manter sempre informado. Jornais online são uma ótima fonte de informação, principalmente pelo fato de podermos selecionar aquilo que realmente nos interessa. Seguem alguns muito bons: Folha de São Paulo; Estado de São Paulo; O Globo; G1; Barbacena Mais; Barbacena Online; BBC (britânica) e CNN (americana).

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Produção discente: Vanessa Ferreira da Silva

Trabalho elaborado pela aluna Vanessa Ferreira da Silva, da turma 3.3. Parabéns!


Formato PDF. Clique sobre a imagem ou aqui para ler!

Produção discente: Jéssica Cristina de Mattos

Trabalho elaborado pela aluna Jéssica Cristina de Mattos, da turma 2.12. Parabéns!


Ciclo do ouro 


Resquícios do ouro em Barbacena e região 

Introdução:com a união Ibérica Portugal estava pertencendo a Espanha por conta da crise sucessória. Onde D. Sebastião rei da Espanha morre e passa seu poder para D. Henrique (o tio avô),mas ele também morre e sem herdeiro seu poder foi passado para D. Henrique 2°(o rei da Espanha). Que daí então passa a ser rei de Portugal. Nessa época o império português estava no auge comercial ,com o sucesso do tráfico de escravos africanos e com a comercialização do açúcar.

Mas com as invasões estrangeira o rei da Espanha leva Portugal a perder parte de suas colônias para Holandeses, Franceses e Ingleses. Fazendo com que o preço do açúcar caísse por conta da concorrência. Sendo assim a decadência açucareira .

Portugal estava muito insatisfeito com a Espanha,então passa a se ter uma aclamação de D. João Duque de Bragança que era uma reunião com o apoio popular, de nobres,apoio interno e externo para que a Espanha não tivesse mais o domínio de Portugal. Com a aclamação atendida foi criado o tratado de Madri onde fazia a divisa de Portugal e Espanha. Começando assim a restauração portuguesa onde Portugal começa a se estruturar novamente mas de outra forma.


Desenvolvimento

Minas de ouro foi descoberto entre 1680 a 1700 aqui em Minas Gerais, pelos bandeirantes. Bandeirantes são grupos sertanista familiares brasões, que saía de São Paulo para o interior do país.

Aqui em Minas os paulistas encontraram o ouro de aluvião, que era um ouro lavado, pesado e fácil de ser encontrado nas margens do rio. O ouro tem um valor na oferta, procura e trabalho, pois se tem uma demanda grande, pois o ouro nunca oxida e também por ser a substância mais dura da face da terra. Como sistema de mineração foi utilizada a mão-de-obra escrava africana.Os escravos viviam em péssimas condições de trabalho,o trabalho era braçal,eles não tinha a alimentação adequada ,além das doenças contagiosas que a maioria pegava pelo ar. Além disso eles não tinha uma jornada de trabalho fixo ou seja eles trabalhavam dia e noite sem para, assim esses escravos tinha uma alta taxa de mortalidade,com uma expectativa de 10 anos de trabalho. 

Como os bandeirantes estavam concentrados na mineração do ouro, eles deixavam de produzir, produtos alimentícios, e os que tinha não era o suficiente para o abastecimento de todos, isso culminou na falta de alimentos, dando em crise de abastecimento.

Foi nessa época de crise que surgiu um novo grupo, os emboabas. Os emboabas (forasteiro) eram comerciantes portugueses que trazia alimentos aos Bandeirantes em troca de ouro. O fluxo emigratório de emboabas do Rio de janeiro para Minas foi muito grande e os mesmo, acabaram por criar o caminho real, que era as estradas por onde os bandeirantes saíam com todo o ouro. Estes lucraram muito nas custas dos descobridores do ouro. A grande cobiça pelo ouro gerou grandes conflitos como a guerra dos emboabas, onde um destacamento Paulista foi traído e massacrado pelos inimigos no Rio das mortes. Assim Portugal crescia expressivamente pois ficou com todas as minas.

O ouro encontrado o de aluvião 90% normalmente era encontrado em pó. então havia um rígido controle de fiscalização da cidade portuguesa sobre as minas, mas acontece que o ouro em pó era fácil de ser escondido. Então o rei de Portugal impôs a cobrança de impostos aos escravos usados por cada mineradora , através do per capita ou seja cobrança por cabeça, onde não dá certo pois essa cobrança era injusta causando a revolta de vila rica . Mais tarde criado o quinto onde o rei proíbe a circulação de ouro em pó nas estradas reais, o que deu na criação das casas de fundição,onde era cobrado ⅕ ou seja 20% pela fundição do ouro.

com o tempo a extração do ouro foi ficando difícil pois ele estava acabando,então o rei determina que sua parte o quinto não poderia ser menor que 1.500 kg de ouro por ano. Caso atrasasse o pagamento ele decretava a derrama.


Conclusão

Minas gerais começaram por aqui por essas terras no alto da Mantiqueira.

Com o auge da exploração e mineração diversos povoamentos foram criados, o que contribuiu para o desenvolvimento do país. pois foi fundada nessa época, o Sabará, a Vila Rica (Mariana), Matosinhos (Congonhas),São João Del Rei(Tiradentes),São João Del Rei, Queluz (Conselheiro Lafaiete)e a Borda Do Campo.

A Borda do campo era uma fazenda importante que acolhia os viajantes em grande fluxo. E nessa fazenda tinha uma pequena igreja que fazia novenas, terços, missas e cerimônias de casamentos,mas com o tempo com o grande fluxo de viajantes a igreja não estava mais acolhendo todo o povo. Então houve uma reunião para fazer uma nova e mais ampla igreja no meio da fazenda.Essa igreja é a da matriz que estava situada às margens do caminho novo da estrada real para o Rio de janeiro, que é a atual rua quinze. Mas a frente criada a igreja do Rosário que era destinada aos escravos pois eles eram proibidos de assistirem as missas no interior da igreja. Dando assim início ao Arraial da Igreja Nova da Borda do Campo. A atual Barbacena.

Antiga Barbacena Mineira

Atual Barbacena Mineira


Referências bibliográficas

Massena,Nestor. A igreja em Barbacena- Achêgas para a sua cronografia.IBGE,Rio de Janeiro 1952.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Produção discente: Vitória Maria Gava Ferreira

Trabalho elaborado pela aluna Vitória Maria Gava Ferreira, da turma 2.14. Parabéns!


O OURO QUE A MÃE NATUREZA TENTOU ESCONDER

Introdução

Desde tempos imemoriais seres enormes habitaram a terra; eram eles os dinossauros, gigantes em tamanho e pequenos em ganância, viveram em nosso planeta por centenas de milhares de anos e não destruíram a natureza, já nós seres humanos, pequenos em tamanho, gigantes em ganância, habitamos a Terra apenas a alguns milhares de anos e já estamos destruindo-a.

A mãe natureza parecia prever isto ao criar a delimitação ao redor de suas jazidas. Montanhas, serras, matas e o próprio ouro de Vila Rica envolto de ferro, parecia um trabalho cauteloso do universo para esconder as riquezas do solo, trabalho este em vão, o ouro em seu lugar natural desvaneceu, porém nos sobrou a história, uma história marcada por desafios, experiências, mortes, banhada por sangue e coberta de emolumento. Aqui lhes apresentarei vestígios, da veracidade desta vidrante história.


A viagem

Pretendendo me adentrar nesta história, fui a Ouro Preto, uma cidade histórica bem preservada e de grande destaque na época do ciclo do ouro, antes de chegar ao destino, observava o ambiente geográfico que cercava a cidade, observei os relevos acidentados, os planaltos, e a mata, tentando me colocar no lugar dos Bandeirantes, imaginando as dificuldades que tiveram para desvendar a região.





(Fotos da geografia ao redor de Ouro Preto)


As igrejas

Ouro Preto tem cerca de 13 igrejas e 9 capelas, um fato curioso para uma cidade relativamente pequena, quando se anda pela cidade é quase sempre possível ver ao horizonte, uma ou mais igrejas. Perguntei a um guia turístico porque há tantas igrejas na cidade e ele me disse que um dos motivos era que uma certa "sociedade" ou família não podia ser enterrada no mesmo lugar de uma outra, era algo sagrado e de respeito ser inumado naquela época, tanto é que escravos e criminosos não costumavam ser enterrados. Mas o fato de ter várias igrejas não se deve somente a isso, as autoridades portuguesas proibiram ordens religiosas de se estabelecer nas regiões mineradoras, também para defender a região e mantê-la sempre sobre supervisão, sem outra alternativa a própria população começou a construir suas próprias igrejas, lembrando que a religiosidade católica era quase regra naquela época. As igrejas por sua data de construção, características barroca mineira, revelam a presença dos portugueses cada vez maior na região e é um enorme vestígio da corrida do ouro.





(Fotos do interior e do exterior da igreja São Francisco de Paula-Ouro Preto, MG)




(Vista panorâmica da cidade, note a presença das igrejas)


A origem do nome

Durante muito tempo Ouro Preto ficou conhecida como Vila Rica só em meados do século XVIII é que foi considerada cidade, seu nome se deu graças ao seu ouro que era coberto por uma camada de ferro, por isso denominou-se "Ouro Preto".




(Minério de ferro que era achado envolvendo o ouro da cidade, pedra de garimpeiros, Ouro Preto-MG)


O Museu da Inconfidência

O Museu da Inconfidência traz por si só uma coletânea de vestígios do ciclo do ouro, desde seus objetos renomados até suas paredes com quase um metro de largura.


(Exterior do Museu da inconfidência, Ouro Preto-MG)


Antes, era a Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e funcionava como penitenciária estadual depois começou a abrigar o Panteão dos Inconfidentes, era propício para tal, quase inacessível, paredes de um metro de largura, janelas pequenas com grades e portas robustas.


(Porta da solitária, Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)


(Interior do Museu da Inconfidência, observe a largura da parede, Ouro Preto-MG)


(uma das portas do Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)


O sofrimento

Uma das salas mais impactantes do Museu é a que conta parte da história dos escravos, que serviam de mão de obra nas minas, quase sempre em situações precárias, sendo mal alimentados, respirando o óleo de baleia que era queimado para se fazer luz, e trabalhando mais de dez horas por dia a expectativa de vida de um escravo minerador era de no máximo 7 anos trabalhando na mina, as crianças viviam menos e um escravo de 6 anos já estava apto para trabalhar, além disso, um escravo desobediente era submetido a uma série de torturas como a palmatória e o cinto de ferro.





(Instrumentos de tortura utilizados para punir os escravos no período do ciclo do Ouro, Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)


O ouro

Para arrecadar impostos, ter controle da circulação e impedir o tráfico de ouro a coroa Portuguesa instalou várias casas de fundição em Minas, estas eram encarregadas de pegar o ouro bruto ou em pó e quintá-lo, este procedimento consistia em derreter o ouro dando-lhe o formato desejado, que geralmente era em barra, recolher 20% daquele ouro que servia de imposto e era dado ao rei, e por fim "carimbá-lo" deixando a marca específica do ouro quintado.


(Imagem do ouro quintado)





(Balanças utilizadas para pesar o ouro,Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)


A inconfidência Mineira

Foi um movimento separatista defendido por grandes proprietários ou mineradores, padres e letrados entre outros, que lutavam contra o domínio português e a cobrança de grandes impostos incluindo a derrama.

Porém o movimento foi descoberto por Portugal que decidiu exilar vários inconfidentes e punir com morte Joaquim José da Silva Xavier mais conhecido como Tiradentes.


(Memorial em homenagem a Tiradentes, Museu da Inconfidência, Ouro Preto, MG)



(Monumento a Tiradentes, em homenagem ao primeiro centenário da execução de Tiradentes.Ouro Preto-MG, praça Tiradentes, centro.)


A riqueza

Em Ouro Preto é possível encontrar facilmente, pedras preciosas nas vitrines, jóias feitas por garimpeiros etc que foram encontradas por consequência ciclo do Ouro. Já no Museu da Inconfidência pode ser encontrado as Jóias da Imperatriz Teresa Cristina, todas feitas de ouro, e algumas possuem até seu retrato.






(Pedras que podem ser encontradas nas vitrines e lojas de Ouro Preto-MG)


(Bijuterias feitas por garimpeiros Ouro Preto-MG)



(Jóias da Imperatriz Teresa Cristina,Museu da Inconfidência, Ouro Preto-MG)


QUAL A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR HISTÓRIA

Conclusão

Muitas pessoas não se interessam em se aprofundar no conteúdo de história, afirmam que não vêem importância, que tudo já se passou, entre outras coisas, afinal, pra quê estudar o ciclo do ouro? O que eu tenho haver com isto? 

Estudar história além da possibilidade de conhecer outras culturas, outros pensamentos em tantas épocas diferentes ainda te proporciona o conhecimento de parte da sua história, do seu país, e etnia. A história nos causa várias reflexões, dá a chance de nos colocarmos no lugar dos personagens, nos ajuda a praticar empatia "Como aqueles escravos se sentiam?", "Será que a população era feliz na época absolutista? Sem direitos trabalhistas? "No que melhoramos e no que precisamos melhorar?", além de adquirirmos conhecimento o fator mais importante ao estudar história se resume a esta frase:

"Precisamos estudar história para aprendermos com os erros do passado, para que eles não sejam cometidos novamente e assim evoluirmos como nação."


Referências Bibliográficas


Sites













Livros

-O semeador de ideias, Augusto Cury.

-História do Brasil volume 1, Osvaldo R. de Souza.

-História de Minas Gerais, João Camilo de Oliveira Tôrres.


Aplicativo

Ouro Preto : Aceop

Produção discente: Bárbara de Lima Furtado

Trabalho elaborado pela aluna Bárbara de Lima Furtado, da turma 2.14. Parabéns!


OS RESQUÍCIOS DO CICLO DO OURO EM BARBACENA E REGIÃO

Introdução

Como sabemos após a descoberta de ouro na região que hoje é chamada de Minas Gerais houve um fluxo intenso de bandeirantes (vindos em sua grande maioria de São Vicente ) e emboabas (vindos em sua grande maioria do Rio de Janeiro).Com o fluxo intenso de bandeirantes indo e vindo entre as minas e São Vicente houve a criação de uma pequena trilha que depois se expandiu e posteriormente recebeu o nome de Caminho velho, o mesmo aconteceu com a trilha entre as minas e o Rio de Janeiro feita pelos emboabas, só que esta recebeu posteriormente o nome de Caminho novo.

Ao correr do tempo ouve nessas estradas a criação de algumas fazendas que serviam de ponto de referência e de descanso para os viajantes que por ali passavam, perto dessas fazendas começaram a surgir casinhas e essas regiões acabaram virando cidades posteriormente. Uma dessas cidades foi Barbacena , localizada no Caminho novo da estrada real, ela começou a surgir em torno da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo que originalmente fazia parte de fazenda da borda do campo.


A fazenda da Borda do Campo 

A fazenda da Borda do Campo localizada em Antônio Carlos foi fundada em 1698, por Garcia Rodrigues Paes em sociedade com seu cunhado Domingos Rodrigues da Fonseca Leme às margens do Caminho novo. A fazenda chegou a ser de um dos inconfidentes mineiros, o José Ayres Gomes, mas hoje em dia ela pertence a família dos Andradas.


A ligação entre a fazenda da borda do Campo e a criação de Barbacena

Na fazenda da borda do Campo havia uma pequena igreja que pode ser considerada mais como uma capela, criada em 1711, esta capela foi consagrada a Nossa Senhora da Piedade e na época do bandeirismo recebia muitas visitas de quem passasse por ali, até que chegou um momento em que a pequena capela não era capaz de abrigar todos os seus visitantes por causa de seu tamanho, foi ai que em 19 de agosto de 1726, na primeira visita pastoral de Dom Frei Antônio de Guadalupe foi escolhido um terreno para a criação de uma nova igreja, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, uma cruz de madeira demarcou o local até o final da construção da Matriz. Esta recebeu o nome de Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo e em seu entorno surgiu o Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo que se tornou a cidade que conhecemos hoje com Barbacena.


Igreja do Rosário 

Era proibido a entrada de escravos na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, e por esse motivo os escravos acabaram tendo que construir a sua própria igreja. A construção ocorreu em 1774 no antigo largo do Rosário ,que mais tarde recebeu o nome de Praça da Inconfidência e hoje é chamada de Praça Dom Silvério. A igreja foi denominada como Igreja de Nossa Senhora do Rosário e pra alguns arquitetos ela é considerada desajeitada e feia pelo modo que foi construída.


Conclusão

Basicamente se não fosse o ciclo do ouro a cidade de Barbacena não teria nem sido criada, então de um jeito indireto podemos considerar a própria cidade de Barbacena como um vestígio do ciclo do ouro. Mas apesar da cidade toda poder ser dada como um vestígio do ciclo do ouro e importante ressaltar que as igrejas são sua maior riqueza cultural daquela época, igrejas como a Igreja de Nossa Senhora da Piedade , a Igreja do Rosário e até outras que não foram citadas aqui por não serem derivadas da Fazenda da Borda do Campo como a Igreja da Boa Morte.


Referências






Produção discente: Priscila Rebeca Siqueira

Trabalho elaborado pela aluna Priscila Rebeca Siqueira, da turma 2.11. Parabéns!


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terça-feira, 9 de julho de 2019

Produção discente: Juliane Camilly Lasnou Costa

Trabalho elaborado pela aluna Juliane Camilly Lasnou Costa, da turma 2.13. Parabéns!


OS RESQUÍCIOS DO CICLO DO OURO EM BARBACENA E REGIÃO

INTRODUÇÃO

A palavra ciclo para alguns historiadores pode significar algo que tem início, meio e fim e com o ciclo aurífero não é diferente. Na história teve sim a descoberta do ouro, seu apogeu e ao final o seu declínio, por ser uma fonte de riqueza não renovável. O que não podemos dizer sobre o açúcar e outros recursos que não dependem da formação na natureza, e sim de uma reposição humana. Nesta enciclopédia de pesquisas realizadas, será possível destacar os acontecimentos que levaram a criação de Barbacena e região em decorrência do chamado ciclo do ouro.

Primordialmente, lhes serão apresentados os fatos que antecederam desde a ocupação do território brasileiro e que desencadearam a migração portuguesa para o interior da colônia brasileira. Fatos estes que revolucionaram o modo de vida da população litorânea (bandeirantes, tropeiros, emboabas) da antiga capitania de São Vicente. Também neste capítulo, serão citados acontecimentos históricos importantes para a compreensão do conjunto de informações, que serão citadas posteriormente. Já no segundo capítulo será retratado como se deu a descoberta do ouro no estado de Minas Gerais, que carrega esse nome justamente por possuir a maior parte da atividade mineradora do século XVIII aos dias atuais. Do mesmo modo sucederá a criação de uma população mais interiorizada e extrativista, que buscava uma solução para a crise que enfrentava mais ao litoral.

Ademais, será exposto a importância de Barbacena e de municípios vizinhos para a chegada de desbravadores do caminho mais curto até as minas, caminhos que deram origem a criação de certos povoados. Nesta unidade também conta com a apresentação mais superficial de algumas construções protegidas, como fazendas, igrejas e casarões importantes e que efetivam a memória da história da cidade.


CAPÍTULO 1- O INÍCIO DE UMA INTERIORIZAÇÃO PORTUGUESA

Em meados do século XV, Portugal junto a Espanha, eram considerados metrópoles por ocuparem o status de potência mundiais que colonizaram grande parte do planeta. Nessa época, Portugal era conhecido por suas grandes feitorias nos litorais de suas colônias. Feitorias essas que facilitavam grandes trocas comerciais, o que gerava a maior parte dos lucros obtidos por comerciantes navegadores. As descobertas atingidas pela navegação, a sua localização geográfica, a situação de paz interna e o pioneirismo possibilitou grandes avanços para a coroa portuguesa, entre eles a descoberta da América.

O continente americano foi bastante disputado pelas potências econômicas e sociais da época, o que motivou a criação de um documento chamado Tratado de Tordesilhas, que foi um acordo assinado pela coroa de Castela (a leste) e o rei português (a oeste). Consistia na criação de uma linha imaginária que dividia a parte sul da América. De posse da costa das terras que mais tarde iria se chamar Brasil, o reino português se instaurou com a chegada de grandes navegadores. Ao longo dos anos, Portugal encontrou dificuldades para a ocupação das terras que eram de grandes extensões e pouco atrativas. Por sofrerem grandes invasões partindo de países europeus, o rei decidiu dividir essas terras, denominadas Capitanias Hereditárias, capitania que quer dizer posse e hereditariedade que significa sucessão familiar. Considerando duas dessas, as capitanias que merecem maior destaque são a de Pernambuco e São Vicente. Enquanto Pernambuco progredia pela sua grande produção de açúcar nos engenhos de seus latifundiários, São Vicente se encontrava em estado de calamidade por receber manufaturados muitas vezes desgastados e poucos alimentos, que eram decorrentes das longas viagens até a capitania em questão, sem contar também, a falta de utilidade e representatividade econômica considerada pela metrópole.

A população paulista ainda sofria por uma grande falta de abastecimento e produzia com o pouco que possuía, o clima muitas das vezes não favorecia tanto. Portanto, a única alternativa que encontraram, eram organizarem expedições partindo do litoral ao interior, em busca de meios que o tirassem daquela circunstância, as chamadas bandeiras. Os bandeirantes eram jovens das grandes famílias de São Vicente intitulada posteriormente de São Paulo, que desbravaram as terras brasileiras, explorando a mata com o objetivo de capturarem indígenas e encontrarem metais preciosos, que a oeste se encontravam e mãos espanholas. Quando o rei português soube da descoberta do ouro espanhol custeou entradas e só então no século XVII encontraram ouro em abundância.


CAPÍTULO 2 – A DESCOBERTA

Por volta do século XVII foram encontradas as primeiras jazidas, acredita-se que seja em Minas Gerais, quando na verdade foram no Pico do Jaraguá da capitania do atual estado de São Paulo. Já no início do século XVIII foram encontradas no interior mineiro na região conhecida hoje como Sabará chefiada pela bandeira de Fernão Dias Paes. A ânsia pelo metal precioso só aumentou, foi então por volta de 1698 encontrado na antiga Vila Rica e atual Ouro Preto, o chamado Ouro de Aluvião, este coberto por uma camada de óxido de ferro que se encontravam a margens de rios. Esse ouro era facilmente obtido com pouco trabalho e pequenos instrumentos.

Com o avanço da extração do pó de ouro, tornou-se necessário a aplicação de tributos por parte do rei português que desejava obter lucro de suas terras e controlar todo o ouro extraído, que muito das vezes era contrabandeado. Para isso, o rei ordenou que fossem criadas casas de fundição, para que recolhessem um quinto da riqueza extraída pelos exploradores e selar as barras. Nessa época existia uma grande mobilidade social, isto é, uma facilidade de subirem de classe social, no que tange ao possuir escravos e adquirir bens. No início da extração, provocou-se no interior da colônia um grande alvoroço em decorrência do grande fluxo migratório, da disputa interna e desordem para extrair o metal.

Forasteiros que vieram logo após a novidade se espalhar eram denominados emboabas, eles eram a população que vieram de outras regiões para abastecerem o povoado da região mineira. Naquele instante as pessoas tinham muito ouro e pouca comida o que fez o preço do metal cair. Como os emboabas queriam também o direito da exploração das minas travaram um conflito com os bandeirantes que estava de posse delas, conhecido como Guerra dos Emboabas. 


CAPÍTULO 3- EM BARBACENA E REGIÃO

Ainda aproximadamente nos anos 1698, a notícia de que tinham encontrado ainda mais ouro se propagou, o que promoveu marcha de um grande fluxo de pessoas para a região, entre eles Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias. Garcia foi um desbravador que engendrou uma estrada denominada Caminho Velho, que ligava o atual estado do Rio de Janeiro a região das minas. Essa estrada passava entre serras e rios, passando pela Serra da Mantiqueira e cortando o Rio das Mortes - inclusive passava próximo a Fazenda Borda do Campo. 

A Fazenda Borda do Campo, localizada no atual município de Antônio Carlos é conhecida por ter abrigado os primeiros povoadores dessa região, Garcia Rodrigues e o Coronel Rodrigues da Fonseca, mas também alguns inconfidentes. No porão ainda consta uma senzala onde ficava os escravos na época colonial. Nessa fazenda, encontra-se uma capela construída pelos escravos, responsável por servir na época todas as outras da localidade. Anteriormente havia uma pequena aldeia de índios puris formada pelos jesuítas, que tinham a missão de evangelizá-los. Com o grande avanço da população e com o objetivo de chegarem as minas, foi necessário a criação de uma igreja que atendesse as necessidades dos outros latifúndios. Foi assim que em 1743 surgiu a Igreja de Nossa Senhora da Piedade que carrega o nome da antiga capela, igreja localizada entre os picos das Minas Gerais, projetada pelo arquiteto José Fernandes Pinto Alpoim. Mais tarde surgiu um lugarejo em sua localidade e que veio se denominar “Arraial da Igreja Nova da Fazenda da Borda do Campo”, ultimamente chamado de Barbacena. 

Graças ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) além da estrutura da Fazenda da Borda do Campo consideram-se tombados bem como a capela citada anteriormente, um relógio de sol presente na mesma, o terreno ao seu redor, entre outros elementos do patrimônio. Já a Igreja é tombada a níveis municipais e federais. Tais monumentos são de suma importância para a compreensão da História desde Brasil Colônia ao Brasil República.


CONCLUSÃO

Em tese, é possível perceber atualmente o quanto a História bem como as Ciências Sociais têm assumido um papel de insignificância por parte do povo. Ao questionarem-se algumas pessoas comuns sobre algo relacionado a história de sua cidade é unânime a falta de conhecimento que as mesmas possuem sobre o lugar que vivem. Em virtude dos fatos mencionados, pode-se dizer que a história de Barbacena é muito interessante, já que surgiu através da expansão dos litorâneos em busca da mineração aqui no interior. A cidade ainda mantém grande parte do acervo histórico da época em seu Museu Municipal, com resquícios que reverenciam alguns acontecimentos do período colonial. Pode-se concluir, portanto, que a manutenção destes patrimônios é muito importante para manter-se acesa a “chama da cultura” na cidade, pois por uma breve citação do físico alemão Albert Einstein: “Sem cultura moral não haverá nenhuma saída para os homens.” 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS






História / José Geraldo Vinci de Morais; ilustrações Gilberto Marchi, Raqsonu. – Curitiba: Positivo, 2013 v.1 /2. Ensino Médio.

História 3 / Ricardo, Adhemar, Flávio. – Belo Horizonte, MG: Ed. Lê, 1993/ v.3.

História sociedade & cidadania, 2° ano/ Alfredo Boulos Júnior. 2. Ed. – São Paulo: FTD, 2016.

Produção discente: Layne de Freitas Castro

Trabalho elaborado pela aluna Layne de Freitas Castro, da turma 2.14. Parabéns!

O CICLO DO OURO EM BARBACENA

Produção discente: Júlia Luciana Barra

Trabalho elaborado pela aluna Júlia Luciana Barra, da turma 2.13. Parabéns!



TRABALHO DE HISTÓRIA


INTRODUÇÃO

O ciclo do ouro foi um período de suma importância na história de Minas Gerais, contribuiu para diversas revoltas, revoluções, fundação de cidades, estradas e a arquitetura colonial exclusiva da região. Ocorrendo no século XVIII, teve seu apogeu e trouxe inúmeras mudanças para a colônia brasileira. O ouro brasileiro foi à esperança da mudança de vida dos portugueses, que passavam por um período de crise financeira após a restauração portuguesa, período onde Portugal lutou contra a Espanha por sua independência, tendo auxilio da Inglaterra. 

Neste mesmo período, o número de emigrações aumentou de maneira inimaginável, segundo fontes, a colônia passou de 300 mil habitantes, para três milhões em um curto período de tempo. Tantas pessoas saiam de Portugal, a fim de buscar uma vida melhor nas minas, que o Rei foi obrigado a instituir uma lei que proibia as pessoas de saírem de Portugal. A região mineradora se tornou um caos, pó ser fácil de ser encontrado, o ouro era traficado em grande escala, trazendo prejuízo para os cofres portugueses, fazendo o rei ficar ainda mais preocupado com a situação.

Aproveitando o grande número de habitantes em cada região, pequenos vilarejos se elevaram a vilas, que hoje são cidades com centro histórico dotado de casas coloniais, praças, coretos, pelourinhos, fazendas e construções coloniais famosas. Além disso, foram instituídas estradas, que facilitavam o transporte de ouro até a capital, para que pudessem finalmente ser levados para Portugal. Essas estradas foram oficializadas pelo rei, chamadas então de Estrada Real, que atualmente conhecemos como instituição turística e cultural de Minas Gerais.

O objetivo deste trabalho é apresentar os resquícios do ciclo do ouro em Barbacena e região, muito mais que isso, divulgar a história de Minas Gerais e sua importância para os nossos dias atuais.


CAPÍTULO I 

PRÓLOGO

Antes de compreender finalmente o ciclo do ouro e seus resquícios na região de Minas Gerais, é de suma importância relevar o fator principal que antecede a história citada anteriormente. Iniciaremos o capítulo a partir da história da capitania de São Vicente, local onde ocorreram todos os fatos iniciais que se referem às expedições de bandeiras. 

Após a restauração portuguesa, onde Portugal finalmente conseguiu sua independência da Espanha, pela União Ibérica, o mesmo acabou entrando em mais uma dívida, dessa vez com a Inglaterra, que o forneceu apoio nos confrontos com a Espanha. Desta forma, Portugal confiava toda sua esperança de melhoria em suas colônias, uma delas, o Brasil.

Porém, em nossas terras, fatos aconteciam fora dos olhos esperançosos de Portugal. A capitania de São Vicente, atual São Paulo, estava vivendo em péssimas condições de vida, uma vez visto que, geograficamente, a mesma possuí um clima frio e conseqüentemente, desfavorável a produção de cana-de-açúcar. Além do fato que, pelo pacto colonial, os produtos manufaturados que eram trazidos de Portugal, chegavam em péssimo estado de conservação, não podendo ser utilizados em quase nenhuma atividade manufatureira. 

A partir desses fatos, a população local, no auge de seu desespero por melhorias de suas condições vitalícias, inicia expedições familiares, na busca por recursos que pudessem garantir sua subsistência. As expedições adentram os sertões da capitania, são jovens, mamelucos (filhos de portugueses com índias), e um capitão-mor. Todos em busca não só de recursos, mas das sonhadas minas, que mudariam para sempre a história brasileira.

Neste fragmento do livro “Boa Ventura”, o papel desenvolvido pelos bandeirantes foi claramente explícito: “Ninguém foi tão longe quanto os paulistas no devassamento do interior. Caçando índios, buscando metais e lutando contra estrangeiros invasores (espanhóis, holandeses e franceses), os bandeirantes ajudaram na marra a construir as fronteiras do Brasil [...]”

As expedições paulistas realmente assumiram um importante papel na configuração do território brasileiro. Estes enfrentaram terríveis situações, a fim de garantir a sobrevivência de suas famílias. Mas é claro, não se deixa de lado seu caráter genocida e assassino, quando somos remetidos à destruição de quilombos de resistência, descritos nesse trecho “Os primeiros negros, vieram da costa ocidental [...] Sua resistência ao trabalho indicaram-nos para as rudes labutas que o indígena não tolerava.” Além do massacre as missões jesuíticas, e a escravização de quase 400 mil índios brasileiros, segundo o historiador Alfredo Ellis Junior. Tais fatos descritos são necessários ao entendimento das configurações iniciais do território mineiro. A busca por recursos e pelos “mágicos” metais acabou construindo vias de ligações, estradas e rodovias por onde passamos até hoje, muitas vezes sem sequer lembrar-se de sua grande seqüela cultural e histórica.


CAPÍTULO II

DESCOBRIMENTO

“[...] Os achados eram simultâneos e aconteciam sempre na mesma região: nas fraldas da serra do Espinhaço, a mais de mil metros acima do nível do mar, onde hoje é a região central de Minas Gerais [...]” Assim diz o autor Lucas Figueiredo em seu livro “Boa Ventura!” sobre a descoberta do ouro nas Gerais.

Como já sabemos, Portugal estava consumido pelo desejo de encontrar metais preciosos em sua colônia, uma vez visto que o mesmo havia se endividado com a restauração portuguesa ocorrida em 1640. Mas, por outro lado, os bandeirantes também estavam esperançosos em encontrar estes metais, para melhoria de suas condições de vida. Alguns bandeirantes viveram a procura dos cobiçados metais, um deles fora Fernão Dias, conhecido como “caçador de esmeraldas”, que passou sete anos a procura de esmeraldas pelo sertão, encontrou turmalinas e morreu de malária.

Enquanto isso, em Minas Gerais, especificamente na região do Rio das mortes, bandeirantes encontraram pela primeira vez o chamado ouro de aluvião. Esse ouro era facilmente removível, e podia ser encontrado nas encostas dos rios no formato de pepitas. “[...] nos cursos d’água, podia-se eventualmente enxergar o ouro misturado ao cascalho e catá-lo com a mão, sem a ajuda de bateias.”

A notícia de que havia sido encontrado ouro na região facilmente circulou, tendo como conseqüência principal o aumento da população local. O caos se instalou por completo na região, uma vez que o ouro passou a ser o principal desejo da população. Canaviais abandonados, tráfico, aumento de preços e superlotação foram as principais características do período. Porém, o ouro de aluvião começou a se esgotar, exigindo maior técnica de extração e maior mão-de-obra, contribuindo assim para a estabilização da mineração na região das Minas, e conseqüentemente, da dolorosa escravidão africana. Todos os fatores anteriormente descritos favoreceram a criação de vilas, com um mercado interno bem desenvolvido e a divisão da população por classes. 

Finalmente, a partir deste capítulo é possível compreender melhor a formação de Barbacena, e sua participação na corrida do ouro. Além de atingir o objetivo inicial do trabalho, que é analisar os resquícios do período aurífero na cidade. 


CAPÍTULO III

ORIGEM

Barbacena originou-se a partir de uma pequena aldeia de índios, conhecidos como Puris. Estes se alojavam na zona campestre, na região da serra da Mantiqueira, espalhando-se pelas regiões de Queluz e Congonhas do campo. Porém, estes foram aos poucos expulsos de suas terras, e algumas tribos próximas chegaram até a desaparecer por completo da região. Por conseguinte, durante as expedições bandeirantes já especificadas anteriormente, portugueses e paulistas chegaram à região, após passarem pela serra da Mantiqueira deslocando-se pela garganta do Embaú, desbravando sertões e procurando metais preciosos.

Os bandeirantes se estabeleceram em um local de nome bastante conhecido, a Borda do Campo. Possuí esse nome justamente, pois, durante as viagens, podia distinguir-se a diversidade que havia entre o campo e as matas da serra. Em busca de um local para passar a noite e descansar do longo trajeto pós-serra, a fazenda da Borda do campo foi instaurada na mesma região, por um bandeirante, servindo como hospedaria para os viajantes. No território da fazenda, ainda existia uma capela, para que os viajantes exercessem sua fé. Nesta época, o caminho novo já havia sido desenvolvido por Garcia Rodrigues Pais (filho do sertanista Fernão Dias), então, é possível afirmar que o desenvolvimento da região em grande parte se deu pela abertura do caminho Novo, pelas expedições de bandeiras, e também da presença da fazenda no local, que ampliou o povoamento da região.

Na região também foram instauradas mais fazendas, totalizando quatro as mais importantes. Uma delas é a fazenda do registro, ponto de fiscalização do ouro que era pertencente a coroa portuguesa. Tendo sob consciência que a sociedade da época era de maioria católica, e a capela da fazenda passou a se tornar muito pequena para a quantidade de habitantes, os donos das quatro fazendas se reuniram a fim de construir uma igreja, em outro local, que substituísse a capela da fazenda. 

Para os cristãos, o alto sempre remeteu alguma coisa a Deus. Muitos acreditavam que ao realizarem seus sacrifícios em montes, estariam mais perto da divindade em que acreditam. Em outras culturas, a mesma coisa acontecia, acreditavam que “a divindade reside nos céus”, na cultura grega o alto dos montes representava “a morada dos deuses”. Tendo em vista esses fatores, torna-se possível entender porque a primeira igreja da vila de Barbacena foi construída em um local mais alto em relação à região das fazendas anteriormente descritas. A esta igreja deu-se o nome de Igreja Matriz de Nossa senhora da piedade, e até hoje permanece em boas condições de visitação.

Inicialmente, a igreja Matriz tinha como público alvo os latifundiários, os brancos e as pessoas ricas. Podem-se observar nesta igreja detalhes mais refinados, tais como a arquitetura e os detalhes internos. Nota-se também seu tamanho e até uma maior preservação. Para que os escravos também tivessem acesso à fé católica, foi criada outra igreja, chamada Nossa senhora do Rosário, numa distância de 1 km da Matriz.


CAPÍTULO IV

RESQUÍCIOS

Comumente, estudar história tornou-se apenas decorar acontecimentos com grande valor cultural e social no mundo. Porém, assim como todas as ciências exigem o esforço mental para raciocinar a respeito de algum fato relevante para aquele estudo, a história também necessita que exerçamos o questionamento, a análise de fatos e a importância dos mesmos para a construção da sociedade na qual estamos inseridos atualmente.

Tendo em vista os pontos descritos anteriormente, busquei recursos a fim de encontrar resquícios do ciclo do ouro em Barbacena e região, como proposto a este trabalho. As pesquisas foram difíceis de concluir, uma vez que provém de fontes duvidosas e bem antigas. 

Inicialmente, procurei fazendas mais próximas, no distrito de Sá Fortes. Lá se encontram três: Fazenda do Registro Histórico, fazenda da Maninha e fazenda Paraíso. Acompanhada de minha mãe, fomos apenas à intenção de procurar saber como estava a fazenda do Registro atualmente e tirar algumas fotos para adicionar ao meu trabalho. O caminho até o local é de terra, com várias pedras e a vegetação é bem vasta. Um pouco antes de chegar até a fazenda, há um fragmento do rio das Mortes, no qual os moradores chamam de “prainha”, justamente pela presença de areia na beira do rio, aparentando realmente uma praia.

Ao chegar ao local onde a fazenda do Registro está inserida, ficamos surpreendidas. O local está completamente abandonado, com mato alto, e quase não é possível enxergar a fazenda nitidamente, pois está tombada e só conseguimos enxergar suas colunas e janelas que ficaram penduradas às paredes. 

Esse é o primeiro resquício, e o mais triste em minha opinião. Anos de história foram derrubados junto com as paredes desse patrimônio. Ao procurar a respeito de reformas feitas na fazenda, encontrei diversas notícias, datadas do ano de 2015, que diziam que a fazenda seria restaurada pela prefeitura de Barbacena, e quando a obra estivesse pronta se tornaria um centro de educação patrimonial e ambiental. Ao conversar com o proprietário da fazenda da Maninha, bem próxima a do Registro, o mesmo relatou que a fazenda havia recebido verba de um milhão de reais para ser reformada, e até o ano passado, se encontrava em bom estado de conservação pós-reforma. Porém, o descaso da prefeitura fez com que novamente a fazenda voltasse a ficar em péssimo estado de conservação, desperdiçando dinheiro público e principalmente, um local valioso para a nossa história, onde muitos poderiam aprender ainda mais sobre ela.


Esta é a entrada da fazenda, pode-se observar o mato alto como descrito anteriormente, e a fazenda que nem é possível enxergar com nitidez. Tentei me aproximar da fazenda, porém há uma cerca de arame acima da porteira, e o mato também impede a passagem para o outro lado.


A fazenda do Registro Velho foi construída por volta de 1702, pelo bandeirante Garcia Rodrigues Paes. Funcionou de diversas maneiras, uma de suas funções importantes foi de ponto de fiscalização e taxação do ouro, onde o mesmo era trazido, e retirava-se o quinto (vinte por cento do ouro). Além disso, foi hospedaria para os viajantes da época, que buscavam um local para passar a noite antes de prosseguir novamente para suas trilhas pela região. O dono da fazenda, padre Manoel Rodrigues da Costa, participou da inconfidência mineira e também abrigou Joaquim José da Silva Xavier, que o convenceu a participar da mesma. Além deste, hospedaram-se também o famoso Tiradentes, e após, D. Pedro I.

“A casa era espaçosa, elegante e bem mobiliada, corroborando o que eu já tinha tido ocasião de verificar, ou seja, as residências do vigários estão geralmente entre as melhores do Brasil”, assim também registrou Robert Waish (in: Noticias do Brasil, 1828-9).” Fragmento retirado de publicações periódicas, que circulavam em São João Del-Rei no período listado.

Sucessivamente, fomos até a fazenda da Maninha. Por mera questão de curiosidade, ao fazer o trabalho, consultando a minha família, descobri que já morei nesta mesma fazenda, no ano de 2007. Esse fator foi de suma importância para completar meu trabalho, pois me permitiu ter acesso ao interior do patrimônio, conversar com o proprietário, que me disponibilizou informações atuais, tirar fotos e relembrar um pouco da minha história também.

Este é o segundo resquício, e um dos mais conservados. A fazenda continua com seu aspecto original, respeitando a arquitetura colonial fielmente. Tive uma ótima experiência ao estudar melhor sobre este bem material. Ao conversar com o proprietário sobre o local, o mesmo relatou que sempre que há um dano na casa, busca meios de reparar imediatamente, para que não vire um problema maior e acabe prejudicando o patrimônio.


Esta é a entrada principal à sede da fazenda, há outra casa, não do mesmo tamanho, para que se hospede o caseiro. Como dito anteriormente, foi nesta casa onde residi por um curto período de tempo, porém, atualmente a casa não está sendo utilizada como moradia, apenas como um local onde se guardam as ferramentas de trabalho, e segundo a empregada da fazenda “prepara-se a comida dos cachorros”.

Esta fazenda não possuiu tanta importância histórica e cultural como a fazenda do Registro ou a fazenda da Borda do Campo, porém, também foi utilizada como hospedaria dos viajantes que passavam pela Estrada Real. Isso é confirmado pelo proprietário que fala a respeito de uma banheira que há na casa, que segundo ele era utilizada para que os caçadores lavassem suas partes intimas, pois não havia água suficiente para que eles lavassem todo o corpo, uma vez que as outras pessoas já tinham se banhado antes e os mesmos ficavam até mais tarde no meio das matas, procurando alimentos para sustentar-se para o dia seguinte.


Nesta imagem é possível perceber que o aspecto colonial é fielmente preservado, quando se observa as janelas, os móveis, e a lareira, utilizada como forma de se aquecer no frio intenso da região, principalmente por ser próxima ao rio.


Estes são fundos da casa, onde se pode observar uma bela paisagem, novamente com tudo bem limpo e conservado. Nota-se o aspecto colonial da casa, com telhas de cerâmica, gastas pelo tempo, as janelas pintadas com a cor de nome azul Del-Rey, que combinadas com o branco das paredes dão um aspecto mais vivo para o ambiente. Tudo isso em total harmonia com a natureza vasta, dotada de árvores frutíferas e flores perfumadas. Este aspecto citado sobre as flores foi uma das ótimas experiências que tive ao estudar o local, pois quando cheguei, lembrei-me imediatamente do cheiro da flor de uma árvore que se localiza em frente à porta principal da fazenda.

Finalmente, este foi o resquício que mais me interessou pesquisar e aprender, é gratificante saber que um patrimônio histórico permanece tão bem conservado, mesmo com o passar de tantos anos, e que sua história ainda permanece viva, podendo ser analisada, estudada, e inserida em nossa história e realidade.

Por conseguinte, apesar de não visitar outros locais importantes à história do ciclo do ouro, queria deixá-los citados como resquícios importantes. 

A Estrada Real, principal rota turística de Minas Gerais e suas cidades coloniais que abrigam um acervo gigantesco de fatos históricos. 

Igreja Matriz de nossa senhora da Piedade, primeira igreja católica de Barbacena, que possuí uma arquitetura barroca, e até hoje é um espaço importante da história, onde são realizadas missas, casamentos e outros diversos eventos para a população católica da região. 

Diversos patrimônios históricos, como a biblioteca municipal, museu municipal, igrejas e o casarão (que após reforma se tornou ponto comercial, com restaurantes). 

Por fim, a partir deste trabalho, foi possível perceber grande relevância do ciclo do ouro na história de Barbacena. Este é de suma importância para compreender nossas origens, nosso passado, que de certa forma possuí relevância até nos dias atuais. 


CONCLUSÃO

Analisar os resquícios do ciclo do ouro por meio de patrimônios foi proveitoso, pois permitiu um maior entendimento das teorias estudadas em sala de aula, além de incitar a pesquisa histórica, a análise de fatos e construção de opinião. Todos estes fatores, juntos, ampliam o conhecimento não só do conteúdo curricular de história, mas permite possuir uma maior riqueza cultural, conexão com o passado e visão de mundo.

Conclui-se que, estamos numa região muito importante para a história de Minas Gerais, dotada de patrimônios históricos e cultura. Podemos notar a realidade de frente, muitas vezes triste, com resquícios desprezados e mal conservados, ou o contrário, patrimônios bem conservados que ampliam a beleza da região, contribuindo para sua história, e assim tornando a história de Minas Gerais ainda mais vasta e bela.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em:

Bibliografia

Figueiredo, L. (2012). Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810) (5 ed., Vol. I). (L. Figueiredo, Ed.) Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: Record.
Bibliografia

Abreu, J. C. (2006). Capítulos de História Colonial (65 ed., Vol. 65). Brasília, Brasil: Senado Federal.

Revolução Francesa

Pintura retratando, artisticamente a Revolução Francesa.
Autor: Eugène Delacroix
Fonte: Wikipedia
  • França do século XVIII:
    • Governo absolutista (Antigo Regime).
    • Profundas desigualdades sociais:
      • Sociedade dividida entre três grupos:
        • Primeiro Estado: Nobreza (rei e nobres da corte).
        • Segundo Estado: Clero (membros de instituições religiosas).
        • Terceiro Estado: Povo (camponeses, artesãos, comerciantes, etc.)
      • Situação econômica e social delicada.
      • Altos impostos para os burgueses e pouca comida para as camadas mais pobres.
      • A nobreza e o clero tinham grandes palácios, luxo e privilégios sobre o povo e os burgueses.
    • O desenvolvimento técnico-industrial iniciado no século XVII dava cada vez mais força à burguesia.
  • A Revolução:
    • Com o aumento da crise, o rei convoca os Estados Gerais, com 900 representantes escolhidos pelos três estados.
    • Os Estados Gerais falham na tentativa de conter a crise. O rei, absolutista, não era obrigado a obedecer as recomendações. Além disso, a nobreza e o clero sempre frustravam as tentativas de fazer mudanças.
    • O Terceiro Estado se rebela e se organiza em uma Assembléia em nome da França para que leis fossem elaboradas.
    • O rei e os nobres não admitem o ato ousado do Terceiro Estado e reagem com violência.

Governo Dutra

Presidente Dutra na inauguração da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), em 1946.
Fonte: Wikipedia
  • O Governo Eurico Gaspar Dutra (1946-1951): 
    • Governo conservador: grande medo da ameaça comunista. Procurou unir os partidos de centro e formar uma "muralha ao perigo vermelho". 
    • Colaboração com os EUA e rompimento com a URSS (colocou o partido comunista novamente na ilegalidade). 
    • Situação econômica favorável (pós-Segunda Guerra): altos preços dos produtos agrícolas e aumento das importações. 
    • Criação da Constituição de 1946. 
    • Estado de relativa paz política e econômica.

Esquemas úteis