Caros alunos, este espaço permanente será destinado à reunião de materiais curriculares e extra curriculares. Acredito que aqui conseguirei disponibilizar recursos a mais para quem necessita de uma ajuda ou para quem deseja aprofundar seus conhecimentos em História.

Informe-se

Para aqueles que se preparam para concursos em geral, a dica é se manter sempre informado. Jornais online são uma ótima fonte de informação, principalmente pelo fato de podermos selecionar aquilo que realmente nos interessa. Seguem alguns muito bons: Folha de São Paulo; Estado de São Paulo; O Globo; G1; Barbacena Mais; Barbacena Online; BBC (britânica) e CNN (americana).

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Músicas de protesto - Geraldo Vandré (Ditadura Militar)

Ladainha
Geraldo Vandré

Valha-me, Nossa Senhora,
Mãe de Deus Nosso Senhor.
já fui homem, fui menino,
mas é sempre a mesma dor.
Fui sozinho, até agora,
Nenhum bem, nenhum valor.
Perdoe, Nossa Senhora,
Não vivo mais nessa dor
Já juntei a minha gente,
gente boa pra plantar.
Gente de paz, mas valente,
Se tem luta, vai lutar.
Tenho fé em Jesus Cristo,
Deus de lá e Deus de cá,
Do dono da terra toda
E de quem vive pra plantar.
Perdoe, Nossa Senhora,
Pela terra vou brigar.
Não quero Jesus na guerra,
Depois volto prá rezar.
Essa briga é só da gente,
A gente é que vai ganhar.
Já fui homem, fui menino,
E hoje o que tiver de ser.


Terra Plana
Geraldo Vandré

Meu Senhor, minha Senhora...

(Falado)
Me pediram pra deixar de lado toda a tristeza, pra só trazer alegrias e não falar de pobreza. E mais, prometeram que se eu cantasse feliz, agradava com certeza. Eu que não posso enganar, misturo tudo o que vivo. Canto sem competidor, partindo da natureza do lugar onde nasci. Faço versos com clareza, à rima, belo e tristeza. Não separo dor de amor. Deixo claro que a firmeza do meu canto vem da certeza que tenho, de que o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riqueza, foi que me fez cantador.

Meu Senhor, minha Senhora...

Vou indo esse mundo afora
Num canto que é tão valente
Que mesmo se está contente
Fala sempre e a toda hora
quase num tom de quem chora

Eu sou de uma terra plana
De um céu fundo e um mar bem largo
Preciso de um canto longo
Pra explicar tudo que digo
Pra nunca faltar comigo
E lhe dar tudo o que trago

Aos pés de muitas igrejas
Lá você vai encontrar
Esperança e caridade
Querendo se organizar
Os cegos pedindo esmola
E a Terra inteira a rezar

Se um dia eu lhe enfrentar
Não se assuste capitão
Só atiro pra matar
E nunca maltrato não
Na frente da minha mira
Não há dor nem solidão
E não passo por um castigo
Que a Deus cabe castigar
E se não castiga ele
Não quero eu o seu lugar
Apenas atiro certo
Na vida que é dirigida
Pra minha vida tirar


Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Geraldo Vandré

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer





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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Golpe de 1964 e Ditadura Militar Brasileira

  • O Golpe de 64: 
    • Realizado para evitar a ameaça "comunista" e "em defesa da democracia e da liberdade". 
    • Transforma o Congresso em simples confirmador das decisões dos militares. 
  • Ditadura Militar no Brasil:
    • Doutrina de Segurança Nacional: combate a forças subversivas. 
    • Legislação de exceção: atos institucionais. 
    • Bipolarização entre o partido do governo, Aliança Renovadora Nacional (ARENA), e a oposição, Movimento Democrático Brasileiro (MDB). 
    • Estabelecimento de eleições indiretas. 
    • Repressão e autoritarismo. 
    • Guerrilha do Araguaia.
    • "Milagre Econômico" e utilização favorável da mídia.
    • Alinhamento político e econômico com os EUA. 
    • Fim da ditadura: "Campanha Diretas Já" e posterior eleição indireta de Tancredo Neves. 
  • Os Governos Militares: 
    • Governo Marechal Castelo Branco (1964-1967). 
    • Governo Marechal Costa e Silva (1967-1969). 
    • Governo General Garrastazu Médici (1969-1974). 
    • Governo General Ernesto Geisel (1974-1979). 
    • Governo General João Baptista de Figueiredo (1979-1985).
  • Pontos importantes do período:
    • Aspectos Sociais
      • Repressão política resultou em prisões, torturas e desaparecimentos de opositores do regime.
      • Movimentos estudantis, operários e setores da Igreja Católica resistiram à ditadura.
      • A censura afetou a liberdade de imprensa, rádio, televisão e manifestações culturais.
      • A sociedade viveu um clima de medo e controle, com vigilância e repressão constantes.
      • Houve migração rural-urbana intensificada, agravando problemas urbanos como favelas e desigualdade.
    • Cultura e Arte
      • A censura imposta pelo regime limitou a produção cultural, proibindo obras consideradas subversivas.
      • Surgiram manifestações artísticas de resistência, como a música de protesto (ex: Chico Buarque, Geraldo Vandré), o Cinema Novo e a literatura engajada.
      • A Tropicália, movimento cultural da década de 1960, misturou elementos brasileiros e estrangeiros, desafiando a censura com irreverência.
      • O regime valorizou manifestações culturais que exaltavam o nacionalismo e a ordem, muitas vezes apoiadas pelo Estado.
    • Aspectos Artísticos
      • A música popular brasileira (MPB) foi um importante veículo de crítica social e política.
      • O Cinema Novo destacou-se por retratar a realidade social brasileira, com filmes de forte conteúdo político.
      • A literatura da época abordou temas como a repressão, a desigualdade e a busca por liberdade.
      • Artistas plásticos e teatrólogos também desenvolveram trabalhos críticos, apesar da censura.


Golpe de 1964 nas ruas do Rio de Janeiro.

General Castelo Branco (de terno) assumindo como Presidente da República.

Repressão militar a manifestantes.

Polícia do Exército.

Prisões durante a Ditadura Militar.
  • A abertura política: 
    • Após os anos de repressão e tortura dos governos militares brasileiros (1964-1985) começa a se delinear a uma nova política, de cunho mais democrático. 
    • A partir do Governo Médici, os Atos Institucionais vão perdendo força e os princípios constitucionais vão prevalecendo. 
    • Uma das principais mudanças é o fim do bipartidarismo, que abre caminho ao estabelecimento de diversas tendências políticas. 

ESQUEMA: PARTIDOS POLÍTICOS (Fonte: Folha de São Paulo) - Clique para ampliar


ESQUEMA: A GENEALIGIA E O PERFIL DOS PARTIDOS BRASILEIROS (Fonte: Nexo Jornal) - Clique para acessar


  • A campanha das "Diretas Já" não tem sucesso e o mineiro Tancredo Neves é eleito pelo voto indireto no Congresso. É o primeiro presidente civil a assumir o cargo após cinco governos militares.

sábado, 11 de outubro de 2025

Primeiro Reinado do Brasil

Primeiro Reinado do Brasil
  • A construção do Estado Nacional: 
    • O autoritarismo imperial: 
      • D. Pedro realiza a independência política do Brasil, no entanto, torna-se um imperador muito autoritário. 
      • Para organizar o novo país e fazer a Constituição Brasileira, é eleita uma Assembléia Constituinte. 
      • Apesar de ter apoiado a Constituinte, D. Pedro, com medo de perder seus poderes, mandou prender todos os deputados. 
      • Depois do ocorrido, o próprio imperador mais dez assessores criam a Constituição de 1824, com os seguintes poderes: 
        • Poder Executivo. 
        • Poder Legislativo. 
        • Poder Judiciário. 
        • Poder Moderador (desempenhado exclusivamente pelo imperador). 
      • Além disso, entrava em vigor o "unitarismo". O governo central predominava sobre os poderes regionais, inclusive no recolhimento dos impostos. 
      • As províncias não tinham autonomia. 

Jango no poder e Golpe de 1964

  • Jango no poder: 
    • Início do governo tumultuado: Jango buscou manobras políticas para recuperar seu poder como presidente (volta ao regime presidencialista). 
    • Tentou acalmar os setores de direita (principalmente  os militares) difundindo princípios anticomunistas. 
    • Seus ministérios, instáveis, eram rapidamente substituídos. 
    • Em 1963 é rejeitado em plebiscito o sistema parlamentarista. O Brasil voltava a ser presidencialista. 
    • Jango começa a lutar por suas Reformas de Base (medidas para atrair as massas). 
    • A definitiva virada de Jango começa a provocar insubordinações nas forças armadas. Jango pretende rever o pagamento de dívidas externas e ameaça uma moratória (prorrogação ou suspensão do pagamento). 
    • A queda: 
      • As forças armadas articulam um novo golpe, deflagrado em 1964, com o apoio dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Guanabara e Rio Grande do Sul. 
      • O Alto Comando Revolucionário (formado por ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica) decreta o Ato Institucional Nº1 (AI1) que determina que o chefe do Estado-Maior do Exército, o general Castelo Branco, tomasse posse como novo presidente.
Presidente João Goulart.
Fonte: Wikipedia 
João Goulart em comício.
Fonte: Wikipedia

Participação popular isolada por militares.
Fonte: Wikipedia


Militares da Polícia do Exército.
Fonte: Wikipedia

Leonel Brizola, então governador do RS,
durante o tenso mandato de João Goulart.
Fonte: Wikipedia



sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Crise política após a renúncia de Jânio Quadros

  • Após a renúncia de Quadros, o presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, assume. 
  • João Goulart, vice-presidente, fazia uma viagem pela China. 
  • Os ministros da Guerra, da Aeronáutica e da Marinha julgaram perigosa a volta de Jango por ser um trabalhista e ter uma pretensa “ligação com o comunismo”.
  • Além disso, Jango assumia uma postura de "herdeiro do legado de Vargas". 
  • Um movimento pela "legalidade", iniciado pelo governador do RS, Leonel Brizola, passou a pedir o cumprimento da lei e o retorno do vice-presidente . 
  • Na tentativa de resolver o impasse, o Congresso decide aceitar Jango reduzindo seus poderes como presidente: estava instalado o parlamentarismo no Brasil. 

Declaração de independência do Brasil e a formação do Estado Nacional

Bênção das bandeiras da Revolução de 1817,
 óleo sobre tela de Antônio Parreiras.
Fonte: Wikipedia
Revoluções que influenciaram o processo de independência do Brasil
  • Revolução Pernambucana de 1817: descontentes com o governo de D. João, moradores da província se revoltaram e declararam a independência de Pernambuco, inspirados pelos ideais iluministas. Foram violentamente reprimidos. 
  • Revolução Constitucionalista do Porto (1820): com a derrota de Napoleão, a população de Portugal começa a desejar que seu rei, D. João, retorne para o reino. No entanto, segundo os revoltosos da cidade do Porto, o poder do rei não poderia ser absoluto como antes. O povo de Portugal convoca as Cortes para a elaboração de uma Constituição. D. João continuava a ser rei, mas tinha que obedecer aos princípios contidos na Constituição feita pelo povo. 

Pintura retratando a elaboração da primeira
Constituição Portuguesa, após a Revolução
do Porto.
Fonte: Wikipedia

A proclamação da independência, por
François-René Moreau
Fonte: Wikipedia
O rompimento: a declaração de independência
  • Pressionado, D. João retorna para Portugal, assumindo a Monarquia Constitucional. 
  • Surgem os partidos Português, Brasileiro e Radical. 
  • D. Pedro, seu filho, permanece no Brasil sob o título de Príncipe Regente. 
  • As Cortes portuguesas insistem em diminuir a importância política dada ao Brasil, não reconhecendo suas manufaturas, o estado de Reino Unido, nem a autoridade de D. Pedro. 
  • D. Pedro fica insatisfeito com a posição das Cortes portuguesas e se aproxima de pessoas influentes, como José Bonifácio, que desejavam a independência política do Brasil. 
  • Adorado pela população brasileira, D. Pedro declara que não retornaria a Portugal: é o Dia do Fico. 
  • Tropas leais a Portugal foram expulsas do Brasil por D. Pedro. 
  • As Cortes portuguesas tentam, pela última vez, ordenar o retorno de D. Pedro para Portugal. Em viagem por São Paulo, D. Pedro fica sabendo por mensageiros a decisão das Cortes e proclama a independência com o "grito do Ipiranga". 
  • D. Pedro é coroado imperador do Brasil em 1822.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Vogalizando a História: Renúncia de Jânio Quadros

Pessoal, não sou de postar vídeos de outros canais aqui no meu blog, mas achei bem legal esse vídeo do Vogalizando sobre a renúncia do Jânio Quadros.

Deem uma olhada:

Esquemas úteis